A história e o processo da fabricação de joias
Uma joia conta com muitos significados, tanto para quem ganha quanto para quem presenteia. É também por isso que o processo de fabricação de joias envolve diversas etapas, que contemplam um conjunto de detalhes minuciosos para um resultado incrível.
Neste conteúdo vamos explicar sobre a arte milenar de criar joias, sobre cada etapa de fabricação e como elas são essenciais para garantir a qualidade e beleza única das peças.
A arte milenar de fabricar joias
Para falar sobre a origem das joias, é necessário fazer uma longa viagem no tempo, já que essa é uma arte praticada há muitos séculos por muitas civilizações.
Existem registros na pré-história de confecção de joias para se adornar em diferentes civilizações. Esses primeiros adornos eram de ossos e dentes de animais, com conchas, pedras e madeira, com uma simbologia daqueles povos em específico.
Abaixo vamos trazer um pequeno resumo, principalmente das civilizações mais antigas:
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Egípcios (3.500 a.C.): nesta época, as joias tinham um significado místico e simbólico. Muitas delas traziam formas do sol e a criação do mundo.
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Gregos (1100 a.C.): os gregos exploravam as formas geométricas em suas criações, onde também retratavam cenas mitológicas.
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Etruscos (700 a.C.): aqui, as técnicas de filigrana se popularizaram de forma intensa. Filigrana é uma das técnicas mais antigas de ourivesaria do mundo, que consiste em trançar e curvar fios muito finos de ouro formando desenhos únicos.
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Romanos (200 a.C.): foi somente em 27 a.C., que os romanos enxergaram o ouro com outro papel além de uma moeda de troca para guerras. Foi, então, que joias passaram a ser fabricadas.
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Idade Média (476 a 1453): escapulários, crucifixos e relicários eram usados não apenas por religiosos, mas também como marcadores de classes sociais. As gemas, na Idade Média, tiveram um papel de grande destaque.
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Joalheria Bizantina (500 d.C.): o uso de gemas, a policromia e detalhes com filigrana e granulação, que representaram a união de culturas orientais e ocidentais são as marcas desse período.
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Estilo gótico (1300): a arquitetura gótica e o seu verticalismo marcou também a joalheria de maneira gradual.
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Renascimento 1500: no Renascimento, com os avanços no campo de pesquisas sobre anatomia e engenharia, os ourives passaram a reproduzir as formas humanas representadas em peças inspiradas na mitologia.
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Estilo Barroco (1600): a natureza ganha espaço nas composições, como pássaros e flores. O diamante foi muito utilizado, assim como rubis, esmeraldas e safiras.
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Rococó (1700): depois das formas da natureza, a exuberância ganha vida no Rococó, com assimetria, cores e muito brilho por conta da evolução da lapidação.
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Neoclássico (1760): depois da Revolução Francesa, as gemas ainda estavam presentes nas joias, com o uso de molduras de diamantes, ouro ou pérolas em volta da gema principal.
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Art Nouveau (1900): marfim, chifres, vidros entre outros eram utilizados nessa época que tinha a natureza como inspiração principal.
Como é o processo de fabricação de uma joia?
O processo de fabricação de joias envolve o uso de equipamentos específicos e processos que precisam ser seguidos para garantir a qualidade e os detalhes.
O ouro, que é usado para a fabricação de joias, por exemplo, é um material pesado. Por isso, são usadas ligas de metal para reduzir o seu peso e a combinação dessas ligas vai depender das temperaturas de fusão e fluidez compatíveis.
E para fabricar as joias, são realizadas algumas etapas e procedimentos manuais pelos joalheiros, que demandam cuidado extremo.
O primeiro processo é o de analisar tendências e combinações para, então, criar protótipos que darão origem aos moldes 3D que guiam o processo de criação dos mestres joalheiros.
Modelagem 3D
A modelagem 3D é uma tecnologia que revolucionou o setor de joias.
Com ela, é possível criar joias com designs exclusivos, com cada detalhe planejado, testado e ajustado, alterando a posição e combinando elementos com facilidade.
Assim, a modelagem em 3D também permite formas únicas e complexas que seriam impossíveis de fabricar com um método tradicional.
Uma impressora 3D, um computador e um arquivo 3D garantem a produção de peças com menos custos e em menos tempo do que os métodos tradicionais.
Impressão em resina
Grande parte das tecnologias utilizadas em joias para criar impressão 3D utilizam resinas líquidas como a SLA (Estereolitografia), DLP (Processamento Digital de Luz) e Polyjet (injeção de camadas de fotopolímero líquido curável).
Essas resinas são as escolhidas porque permitem produzir impressões de melhor qualidade e com superfícies mais suaves em comparação com a impressão 3D em FFF (Fabricação com Filamento Fundido).
As impressões em resina, por exemplo, não possuem o aspecto áspero característico das linhas de filamento presentes nas impressões 3D em FFF.
É importante destacar os modernos sistemas de certificação e rastreamento que asseguram a origem ética das gemas e metais preciosos.
Essas práticas não apenas promovem a sustentabilidade, mas também garantem aos consumidores a autenticidade e a responsabilidade social das suas aquisições.
Laminação
Na laminação, os metais passam por rolos compressores e recebem espessura e formas adequadas. Esta técnica permite aos ourives ajustar o metal à espessura desejada para diversas aplicações, desde a criação de chapas finas para detalhes decorativos até a formação de fios para estruturas e encaixes.
O controle preciso durante o processo de laminação é crucial para garantir que o metal mantenha uma qualidade uniforme, sem introduzir tensões internas que levem a defeitos como rachaduras ou distorções.
Recozimento
O recozimento aquece o metal até ficar incandescente para ser manuseado. Depois, ele precisa ser resfriado para voltar às suas propriedades. Este processo é especialmente importante quando se trabalha com metais endurecidos por trabalho a frio, permitindo a continuidade do trabalho de ourivesaria sem comprometer a integridade estrutural do metal.
A temperatura e o tempo de recozimento variam conforme o tipo de metal, sendo essenciais para o sucesso desta etapa a experiência e o conhecimento técnico do joalheiro. O recozimento pode ser utilizado de forma estratégica para criar contrastes de textura e acabamento em uma peça.
Fundição
O joalheiro faz uma peça que serve de base para os moldes de cera. Eles ganham camadas de gesso e vão ao forno. Depois que o gesso fica duro, é feito um buraco para a cera sair. Então os moldes são preenchidos com metal líquido, que toma a forma da peça.
Esse é o primeiro passo da fabricação, pois as peças ficam quase prontas. Se a fundição for bem-feita, pode-se economizar nas etapas de acabamento.
Fundição de precisão (de cera perdida)
Nesse tipo de fundição, a cera dos moldes se perde no forno. É uma técnica muito antiga, que permite produzir joias detalhadas com precisão. O custo é mais alto do que outros tipos de fundição, como a de areia, que reaproveita os moldes.
A principal vantagem desta técnica é a sua versatilidade e precisão, permitindo a criação de peças únicas ou em pequenas séries, com detalhes intricados e superfícies lisas que minimizam a necessidade de acabamento. No entanto, o custo e o tempo envolvidos são maiores devido à natureza descartável dos moldes e à complexidade do processo.
Soldagem
Acontece a união de duas partes de uma joia, criando uma peça final coesa e resistente. Usa-se uma pequena chapa de metal, que derrete e junta as peças. Neste processo, é fundamental a escolha do soldo, uma liga metálica com ponto de fusão mais baixo do que os metais das peças a serem unidas.
A técnica exige habilidade para aplicar o calor de forma controlada, evitando danos às peças ou alterações indesejadas nas suas propriedades. Além disso, diferentes técnicas de soldagem podem ser empregadas dependendo do tipo de metal e do design da joia, incluindo soldagem a laser para precisão em detalhes minúsculos e complexos.
Lixamento
As lixas retiram as imperfeições das peças, melhorando o acabamento, suavizando as superfícies e preparando a peça para o polimento. Utiliza-se uma variedade de lixas, com diferentes granulações, para remover gradualmente as imperfeições e as marcas deixadas pelas etapas anteriores de fabricação.
Polimento
O polimento é o último passo no processo de acabamento de uma joia, essencial para conferir brilho e realçar a beleza dos metais e das gemas. Utiliza-se um pano ou escova sintética montada em um motor de polimento, que gira a alta velocidade, aplicando compostos de polimento específicos para cada tipo de metal.
No entanto, é importante notar que joias de ouro, especialmente aquelas com alto quilate, devem ser polidas com cuidado para não remover material excessivamente, preservando as características originais e o valor da peça. Além disso, técnicas como o polimento a vapor e ultrassônico podem ser utilizadas para limpar e revitalizar peças sem o risco de abrasão.
Detalhes e acabamentos
É a última etapa da fabricação de joias, que exige cuidado e atenção para ter a peça perfeita. Para finalizar as joias, são realizados acabamentos externos e pedras preciosas.As pedras são cravadas uma a uma. O acabamento verifica a peça toda, para corrigir imperfeições ou defeitos.
Ao entendermos as diversas etapas e a meticulosidade envolvida na fabricação de uma joia, podemos apreciar ainda mais cada peça, não apenas como um objeto de beleza, mas como um legado de habilidade artesanal e criatividade humana.
Na Lincoln Joias, celebramos a história e a inovação presentes em cada peça que criamos. Se você é apaixonado por joias e se interessa em saber mais sobre o assunto, acesse outros artigos publicados no nosso blog. Siga-nos também nas redes sociais: Instagram e Facebook e